Uma Lembrança chamada Realidade.



Vagueio sozinho sem saber para onde ir.
As memórias e a nostalgia prendem-me para não sorrir.
O vento frio passa por mim deixando uma pequena lembrança.
Daquilo que desde que nasci me lembro.
Uma noite em Dezembro.

Noites sem nuvens, ventos gelados.
Coisas que irei sempre recordar.
Ruas vazias, passeios molhados.
Sem saber para onde ir, sem saber onde parar.
Ouvindo músicas, seguindo em frente.
Para onde? Para que sitio? Para um lugar quente.
Confuso entre cruzamentos e avenidas.
Observando cada passo, cada casa, cada vida.
Uns com tudo, outros com nada.

Aproximando me do mar.
Calmamente, sem pensar.
Sozinho, pelo mesmo sitio, pela mesma rua.
Vejo-o prateado pela luz intensa da Lua.
Olho para as estrelas como pedindo um apoio, uma companhia.
Algo que me possa dar mais que alegria.
Algo forte, algo quente e seguro.
Entretanto sento-me no gélido muro.
E penso.

Acordo destapado, a suar.
São dez horas da noite, e quase me falta o ar.
O tempo está mesmo abafado, mal consigo dormir.
Entretanto visto qualquer coisa, e acabo por sair.
Para onde? Para que sitio? Para um lugar onde me possa divertir.
Cá estou eu, indo por estradas e avenidas.
Observando cada passo, cada casa, cada vida.
Cheguei, a um lugar apertado.
A maioria estava embriagado.
Cheira a tabaco, perfumes e a bebidas derramadas.
E as pessoas estavam a dançar a musicas animadas.
Então limitei-me a sentar numa cadeira e a lembrar.
Sobre quem me fez mal, ou quem está pronto para me tramar.
E observando,
Reparei, que uns dançam para se lembrar.
Enquanto outros dançam para esquecer.
Esquecer os problemas, os corações partidos.
Desgostos da injusta vida e recordações de momentos perdidos.
Perdidos estes que nunca mais voltam.

Sai, sozinho, desse lugar.
Comecei a caminhar.
Para onde? Para que sitio? Para um lugar onde possa pensar.
Caminhando, ia atravessando uma multidão embriagada.
Aproveitando a idade.
Onde as suas responsabilidades são apenas uma memória apagada.
E substituídas por o álcool e a vaidade.
Afasto-me desses lugares.
Afasto-me das discotecas e dos bares.
Caminho em direcção ao que me acalma.
O que me satisfaz o coração e a alma.
Caminho em direcção ao meu sitio, ao meu lugar.
Apenas eu vou lá,  para pensar.
Mas tenho que ir para casa. O Sol se aproxima.
A casa ainda está vazia e ninguém está lá sem ser das 6 para cima.
E vou indo, caminhando.
Porque está quase a amanhecer.
O Sol está a nascer.

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